quarta-feira, 13 de março de 2013


Odilon Redon, Ofélia, 1898

SONHOS
 
De que sâo feitos nossos sonhos? Onde eles se escondem quando não mais nos alimentamos deles?
É curioso pensar no quanto sonhamos um dia e o que se realizou disso; o quanto aqueles sonhos, mesmo não se concretizando, nos moveram a realizar algo, a construir possibilidades, a empreender ações e a edificar reflexões sobre nossos valores, amores e importâncias.
Por vezes podemos conhecer as pessoas apreciando seus sonhos, sua vontade autônoma de ser, de existir para mais do que o cotidiano, o mecanizado, o habitual.
Por vezes, esse cotidiano é pontuado de sonhos que se realizam como balinha surpresa que estoura na boca: é no passo do dia a dia que o pequeno sonho realizado possibilita almejarmos algo maior.
Convivemos na correria do mundo do trabalho e sempre nos perguntamos: tudo bem? Como vc está? E se um dia nos perguntássemos: como vai o seu sonho?
Poderíamos firmar um acordo de lembrarmo-nos uns aos outros dos nossos sonhos, mesmo no aperto cotidiano, para que este não fosse sendo colocado pra "quando der tempo". 
Assim, perguntaria:
 - Sandra, como estão os preparativos de sua viagem?
 - F. Cesar, quando é que você vem trabalhar comigo no IFB, realizando a pesquisa na Biologia que o meu Campus precisa?
 - Gilmar, ensina os passos de sobrevivermos e escreva em nós a sua biografia?
E cada um da sua forma poderia então alimentar o sonho, fazer brilhar a alma, sustentar o sorriso e a vontade de ser sempre um aprendiz, como Eduardo, que ao aprender a transformar sua timidez em discrição, ensina a nós todos que a arte é transformadora e multiplicadora de vida e sentido.